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sábado, 22 de março de 2008

"Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo." Paulo Freire

" Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos." Paulo Freire
Integrantes da AHVS(Associação de Hip Hop do Vale dos Sinos), Will, Tamborero e Dn'Jay, parceiros no projeto Hip Hop: A Voz que vem da periferia. Também tivemos a participação neste projeto de Negro Jeso, Teleco e Danter, da Vila Iguaçu. Projeto que teve o protagonismo dos alunos William e Jandir.
4º ano A
"Os que ensinam, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem a justiça, como as estrelas, sempre e eternamente." Dn 12.3

"Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê. Não posso ser professor a favor simplesmente do Homem ou da Humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativa. Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura. Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo. Sou professor contra o desengano que me consome e imobiliza. Sou professor a favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser o testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa mas não desiste. Boniteza que se esvai de minha prática se, cheio de mim mesmo, arrogante e desdenhoso dos alunos, não canso de me admirar." (FREIRE, Paulo. 1992, páginas 102 e 103)
O trecho extraído do livro Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire é muito reflexivo e instigador. Como professora e professor deparamo-nos cotidianamente no espaço escolar com situações que refletem o contexto social em que estamos inseridos e que fazem parte do dia-a-dia de muitas das nossas crianças e adolescentes. Violência, drogas, preconceito, exclusão das mínimas condições de uma vida digna. Frente a isto, há dois caminhos a percorrer(é os que identifico na minha prática): repassar conteúdos esvasiados de uma leitura mais crítica do mundo e muitas das vezes amparado por um "choro" constante dos pessimistas que destituem estas crianças de outras possibilidades a não ser o fracasso ou imprimir uma marca de ruptura frente ao que é posto, que requer decisão, desacomodação, compreensão, acolhimento e esperança. Já fiz minha escolha, srrsrs, agrego-me ao rol dos otimistas, dos esperançosos, sem pieguismo, pois sou ciente dos desafios que permeiam o cotidiano escolar. Sou professora a favor da boniteza da minha pática.....boniteza que se dá no acolhimento e respeito às experiências das crianças que se agregam aos conteúdos estabelecidos. Boniteza esta que nos emociona diante das superações nas aprendizagens, das falas que mudam os planejamentos trazidos, dos diferentes sons que ecoam no espaço escolar, que marcam a diversidade de vivências. Sou professora! E, dentre algumas palavras que poderia definir-me neste espaço de trocas mútuas, destaco: persistência, resistência, alegria, esperança, acolhimento, partilha, afeto. (Maria Ester Martins do Nascimento)

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